Uma opinião sobre a malandragem

Durante essa semana, uma onda de boatarias corre em torno de Jô, atacante do Atlético. O jogador deveria se reapresentar com o resto da equipe na segunda-feira, mas não apareceu. O "castigo" foi rápido também: está fora da partida contra a Chapecoense, na quarta (06), pelo cambaleante Campeonato Brasileiro. Dentre várias informações, diziam que ele está em crise com a companheira, ou que estava no Rio de Janeiro, ou forçando sua saída do Galo. Nada confirmado, nem negado.



Este é só mais um detalhe do jogador brasileiro. Além de sua habilidade e talento, os futebolistas são malandros. A mania de querer "passar o outro pra trás", de não ter responsabilidade e planejamento na carreira grassa os craques (e os perebas), que poderiam ter outro futuro após encerrar sua carreira no futebol.

Eu, de vez em quando vendo jogos do Galo, fico me perguntando: porque o jogador prefere simplesmente cair na pequena área quando marcado em vez de fazer o gol, quase sempre com chances óbvias? O objetivo do futebol não é o gol? Então pra quê cair? Deveras ser que nas escolinhas são ensinadas táticas de como se jogar e enganar o juiz. Não é anti-desportivo a tal ponto, mas é de uma ignorância tremenda. Lances que não são falta, penais duvidosos, até o forçar cartão amarelo. Ludibriar é a lei.



Outra coisa que se deixam passar nas escolinhas de futebol da vida é a preocupação com o futuro. Hoje o moleque estoura num time profissional, é feito um semi-deus na terra. Quer aproveitar o máximo o momento, o que não é errado. Mas, e daqui a 5 meses? E em um ano? Quando um dia o futebol não ser uma realidade na sua vida, como vai sobreviver?

A falta de formação humana (não estou entrando em valores morais) para que o cidadão saiba o que fazer durante e após sua carreira é essencial. Infelizmente o futebol marca tanto a vida destes atletas que após o fim, por não ter outra opção, continuam no meio. Não há quem prepare os jovens para lidar com esses tipos de pressão e influência.

Bom, é o que fico pensando quando vejo informações como essa saírem na imprensa. Talvez uma das procuradas propostas de mudar o futebol brasileiro esteja aqui. Porque material humano nunca vai nos faltar, mas qualificá-lo deveria ser essencial.


Filipe

Mais clubista que eu, só dois de mim.